A Parte Difícil

"Há três métodos para ganhar sabedoria: primeiro, por reflexão, que é o mais nobre; segundo, por imitação, que é o mais fácil; e terceiro, por experiência, que é o mais amargo." Confúcio


Todo mundo diz, e eu concordo, que a parte mais difícil de fazer a gastroplastia é a dieta. Realmente não se sente fome, mas a vontade de comer é incrível. Meu olfato tem sido mais apurado do que de um cão farejador: sinto cheiro de bife do outro lado da casa. É complicado ver todos à sua volta comendo o que você não pode comer.

Nessas horas eu penso em duas coisas muito importantes, e acho que todos que fazem essa cirurgia devem pensar:

1. Eu escolhi estar nessa situação agora: Eu sabia quando comecei a pensar na cirurgia que esse momento de vontade quase incontrolável de comer chegaria, e sempre me julguei preparada para isso. A mente precisa controlar o corpo, a vontade de comer tem que ser subjugada pela vontade de vencer. Se eu já sabia, como posso me sentir mal ou me culpar?


2. É uma fase, e toda fase passa: Da mesma forma que eu sabia que o momento da vontade chegaria, eu também sabia que era uma fase. Eu não vou comer (melhor, "tomar") sopa e chá o resto da vida, não vou sentir essa dorzinha incômoda-mas-suportável para sempre. Como uma fase, vai acontecer o que acontece com todas as fazes: ela vai passar, e um dia eu vou rir disso.

Pensando nesses dois tópicos eu me mantenho firme e disposta a continuar, por isso decidi escrever isso aqui, porque assim todos que estão nessa situação tenham a mesma força de vontade.

Só para não perder o costume, aqui tem a peça de revista que eu e as meninas da Essência fizemos para o lançamento da nova latinha da Kuat. Essa peça foi uma das finalistas do Festival Universitário de Comunicação (FUC) e acho que ficou realmente muito legal, embora tenha sido difícil chegar a isso. Até a próxima!